Obesidade
A Organização Mundial de Saúde (OMS, 2002) define obesidade como um excesso de gordura corporal acumulada no tecido adiposo, com implicações para a saúde.
Crianças com sobrepeso desenvolvem um conjunto característico de traços físicos. Elas normalmente iniciam a puberdade mais cedo e crescem mais que seus colegas em um primeiro momento, mas param de crescer a uma altura mais baixa. Desenvolvem ossos maiores e massa muscular em resposta à exigência de ter de carregar mais peso. Consequentemente elas parecem mais “fortes” mesmo perdendo o excesso de gordura.
Crianças nessas condições exibem um perfil de lipídios no sangue que indicam que a aterosclerose está começando a se desenvolver: altos níveis de colesterol total, triglicérides e colesterol LDL. Crianças com sobrepeso também tendem a ter pressão arterial alta; de fato, a obesidade do tipo 2 e doenças respiratórias (como asma) são excepcionalmente altos.
Uma vez que o excesso de gordura foi armazenado, ele é extremamente difícil de ser removido. Sob essa condição, os pais são encorajados a fazer maiores esforços para prevenir a obesidade infantil ou para iniciar o tratamento mais cedo. O tratamento deve considerar os vários aspectos do problema e possíveis soluções. Uma abordagem integrada é recomendada, envolvendo dieta, atividade física, apoio psicológico e alterações no comportamento.
A meta inicial para as crianças que apresentam sobrepeso é reduzir a taxa de ganho de peso, ou seja, manter o peso enquanto a criança cresce. O crescimento contínuo realizará então a mudança desejada do peso para altura. A perda de peso normalmente não é recomendada porque a restrição da dieta pode interferir no crescimento e no desenvolvimento.
O peso dos brasileiros vem aumentando nos últimos anos. O excesso de peso e a obesidade são encontrados com grande frequência, a partir de 5 anos de idade, em todos os grupos de renda e em todas as regiões brasileiras.
Em 2008, o excesso de peso atingia 33,5% das crianças de cinco a nove anos, sendo que 16,6% do total de meninos também eram obesos; entre as meninas, a obesidade apareceu em 11,8%. A parcela dos meninos e rapazes de 10 a 19 anos de idade com excesso de peso passou de 3,7% (1974-75) para 21,7% (2008-09), já entre as meninas e moças o crescimento do excesso de peso foi de 7,6% para 19,4%.
A prática de uma dieta balanceada desde a infância favorece níveis ideais de saúde, crescimento e desenvolvimento, evitando assim a manifestação da obesidade.
Se a meta é tratar ou prevenir a obesidade, essas estratégias podem se úteis:
- Limite, mas não restrinja alimentos com alto teor de gordura e açúcar, incluindo refrigerante com açúcar.
- Nunca force as crianças a limpar seus pratos.
- Desencoraje-as a comer enquanto assistem TV.
Assim como uma dieta balanceada, é importante também a prática de atividade física para melhorar o peso da criança. Mais importante, os pais precisam ser um bom exemplo. Pode ser tão simples como andar de bicicleta, de patins, brincar de pega-pega, pular corda ou mesmo ajudar nas tarefas domésticas. A atividade física é um comportamento natural e vitalício de uma vida saudável.
POF 2008-2009: desnutrição cai e peso das crianças brasileiras ultrapassa padrão internacional, disponível no site:
http://www.ibge.gov.br/. acessado em 25 de setembro de 2010.